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Desafios e Esforços no Resgate de Animais Durante a Enchente no Rio Grande do Sul

Os felinos já são naturalmente medrosos e ariscos em condições normais. Imagine então em meio à enchente da maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul.

"Exatamente por serem tão assustados, terem um comportamento diferente, arranharem e às vezes até se esconderem, as pessoas não estão conseguindo resgatar os gatos”, relata Andressa Cappellari, proprietária da Gattedo Store, loja especializada no bem-estar felino através da gatificação.

Apesar de estar disponível para ajudar no resgate dos gatinhos, Andressa diz que faltam barcos e pessoas para pilotá-los. “Ainda tem muita gente em casa com seus pets. Estamos aqui para ajudar, mas temos de esperar muito tempo para conseguir um barco. As pessoas estão chorando porque os gatinhos e cachorros ficaram presos em casa”, disse. No momento da entrevista, ela estava no bairro Humaitá, em Porto Alegre, que permanecia alagado.

Ela conta que muitos abrigos para os animais já foram organizados - onde os resgatados aguardam seus tutores. O que precisa de reforço é a força-tarefa para os resgates, tanto de gatos quanto de cães.

Na companhia da veterinária Elissandra da Silveira (@vet_elissandra), os gatos estão sendo separados dos cães nos abrigos. “Nós pegamos os gatos que estão misturados com outros animais nos abrigos. Estamos tentando levar um pouco mais de conforto a eles em um espaço na clínica Only Cats (@onlycats.canoas), que abriu apenas para os gatinhos”, contou Andressa.

Andressa Cappellari no resgate incansável e especializado para os gatinhos (Arquivo pessoal)
Andressa Cappellari no resgate incansável e especializado para os gatinhos (Arquivo pessoal)

Na quarta-feira (8), Andressa conseguiu um barco e fez os resgates a remo junto com dois amigos. “É muito difícil não ter apoio nem equipe ajudando, mas fizemos o nosso melhor.”

A Gattedo está doando ração, medicamentos e caixas de transporte para os felinos, além de reverter parte do valor arrecadado com a venda de produtos pela loja (@gattedostore) para ajudar nos resgates. Para quem quiser acompanhar o trabalho, Andressa aparece nos stories da loja mostrando o dia a dia dos resgatados. Você pode ajudar financeiramente a Andressa pelo Pix [email protected]. Outra forma de ajudar é conseguir lar temporário ou adotante para os gatinhos no Sul.

Não é só ela. Também na linha de frente do salvamento de animais no Sul, a protetora e ativista Deise Falci, da @vemadotar, tem realizado um trabalho incansável no resgate dos bichinhos. São dela os relatos mais indignados e dolorosos sobre cães agressivos por estarem presos em correntes e há dias pedindo socorro no meio da enchente. Você pode acompanhar os relatos da Deise pelo Instagram @deisefalci.

“Para ir ao bairro Progresso em Eldorado do Sul, você chega pelo rio que está com a água a mais de 5 metros – mas em um pequeno trecho ela baixa muito – e aí você não passa de bote. Eu desci do bote e perdi uns 40 minutos pedindo carona de jet ski, e todos me negavam quando eu dizia que ia resgatar cães. Acreditam? E eles querendo resgatar pessoas que não queriam sair das casas! Não queriam ser resgatadas!”

Ela pede doação de toalhas para ajudar no tratamento dos animais, além de testes de parvovirose, cinomose, FIV e FELV.

Igualmente árduo tem sido o trabalho da GRAD Brasil (Grupo de Resposta a Animais em Desastres) com resgates, atendimentos e assistências. No Instagram, @grad_brasil.

Em São Paulo, Amanda Santos, da Catitude (@catitude.catsitter) está liderando uma arrecadação e tem discutido a forma e o manejo dos resgates de gatinhos. Ela alerta para o fato de as doações não chegarem diretamente a quem realmente precisa. Uma força-tarefa está sendo organizada para levar suprimentos. Ainda falta um transporte grande para levá-los às equipes de resgate.

Grandes lojas também estão ajudando. A gigante do setor pet, Cobasi, está doando, arrecadando e ajudando. “Por meio do nosso pilar de responsabilidade social, o Cobasi Cuida, firmamos parcerias com mais de 185 ONGs no país, o que facilita nossa atuação ágil em emergências. Entre os pilares que trabalhamos, está o de desastres ambientais, que olha para animais resgatados nessas situações. Doamos duas toneladas de ração para os animais resgatados, ação intermediada por uma das ONGs parceiras do Rio Grande do Sul, Anjos de Patas. Também doamos guias, caixas de transporte, alimento úmido, colchonetes, caminhas e potes de água a entidades que estão atuando no resgate de animais. Ainda, 14 lojas em Porto Alegre e região foram preparadas para recolher doações aos animais resgatados. Seguiremos atentos para prestar todo o apoio que pudermos”, disse Daniela Bochi, gerente de Marketing da Cobasi.

A Petlove doou mais de sete toneladas de ração super premium em parceria com a Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul, a Força Aérea Brasileira, o GRAD e o Instituto Caramelo. Os alimentos já estão a caminho dos locais afetados, considerando a complexidade de acesso.

Para garantir o acesso a tratamentos e acompanhamento médico-veterinário, durante seis meses, os pets adotados nos abrigos terão o plano de saúde Petlove Tranquilo, subsidiado pela empresa.

Fonte: https://www.band.uol.com.br/entretenimento/colunistas/meu-amigo-e-o-bicho/sos-resgate-a-ajuda-que-nao-consegue-chegar-a-caes-e-gatos-no-rs-16688537